Magé história
Após a batalha em que foram expulsos os Franceses do Rio de Janeiro em 1565, o aventureiro Simão da Motta foi
agraciado por Mem de Sá com uma sesmaria no dia 7 de setembro “ de seiscentas
braças de terra ao longo da água e mil braças por terra a dentro no rio
Magepe”. Em 1566, Simão da Mota chega
onde hoje é o Porto da Piedade acompanhado de um pequeno grupo composto de
parentes, alguns amigos e escravos. Logo ergue uma edificação no morro da
Piedade, uma elevação que se destaca ao fundo da Bahia de Guanabara dentre os
Manguezais e também constrói ali uma pequena igreja em homenagem a Nossa
Senhora da Piedade.
Tempos depois, por achar que o local era vulnerável a
invasão e não era provido de terras boas para a agricultura nem provida de boa
água, ele transfere a igreja e todo o núcleo de colonização para onde a cidade
se encontra hoje.
Terminado o governo de Salvador de Sá, foi nomeado para
substituí-lo Cristóvão de Barros a 31 de outubro de 1571, ele veio a tomar
posse em 1572. A ele foi dado autorização de conceder terras em sesmarias a
pessoas que nelas fossem viver, e retirar terras de sesmeiros concedidas
anteriormente, como já possuía terras que lhe foram concedidas em 1567 as
margens do rio Macacú, ele passou também a possuir as terras antes pertencentes
a Simão da Motta, e nelas construiu um engenho de açúcar onde mais tarde se
tornaria o núcleo do município de Magé. Cristovão de Barros, filho de Antônio
de Barros, provedor mor da fazenda imperial no Brasil, Antônio de Barros morreu
em 1556 junto com o Bispo Sardinha em um naufrágio no litoral do nordeste
quando estavam em viagem de volta para Portugal, alguns historiadores contestam
os relatos que ambos foram comidos pelos índios.
A partir daí, Magé começa a se desenvolver com os períodos
econômicos no Brasil após o ciclo do açúcar. Com a descoberta do ouro nas Minas
Gerais, e a necessidade de um “Novo Caminho” para Vila Rica que encurtasse a
distância com o Rio de Janeiro, coube a Bernardo de Proença, um rico fazendeiro
da região de Suruí construir por volta de 1720 um caminho novo, o caminho foi
construído onde antes era uma trilha indígena e foi feito por escravos em
pedra, ia do Porto da Estrela (que fora construído pelo próprio Bernardo de
Proença) até ligar ao caminho velho já em terras Mineiras nas proximidades de
Barbacena. Esse caminho deu origem as fazendas Correias e Córregos Seco, onde
hoje se encontra a maior parte da cidade de Petrópolis. Com a construção da
estrada de ferro do Barão de Mauá que ligava o Porto de guia de Pacobaíba à
Petrópolis, o “Caminho Novo” entrou em decadência, e hoje está tomado pela
cidade de Petrópolis e por parte da serra da Estrela tomado pela exuberante
vegetação, mas ainda existe um pequeno trecho original nos arredores da
localidade conhecida como Raiz da Serra. Com o declínio do ouro nas Minas
Gerais, Magé recebe no distrito de Santo Aleixo, a Primeira Indústria Têxtil da
América Latina em 1807 a Companhia de Fiação e Tecelagem Bezerra de Melo é
construída com tecnologia inglesa, Magé vive um grande momento econômico, seus
tecidos são vendidos para a metrópole, e de lá para todo o Brasil através do
Porto da Piedade e Estrela, mas em 1894 com a Revolta da Armada, aconteceu em
Magé um dos fatos mais horríveis da história do Brasil, chamado por um cronista
do jornal do Brasil, na época de “OS HORRORES DE MAGÉ”, tropas republicanas
Federais a titulo de esmagar a rebelião de Saldanha de Gama que estavam
aquartelados em Magé desde outubro de 1893 entraram em Magé com “toque de
degola” e expulsaram os revoltosos, mas também matam a população e saqueiam
seus bens. Magé vive um período de decadência que só foi desaparecer após de
1911 com a construção das fabricas de tecidos Itatiaia em Magé, e de Herman
Matheis em Andorinhas.
Com o advento do Estado Novo e a abertura da estrada para o
Rio de Janeiro na década de 40, Magé volta à normalidade e na década de 50 com
a construção do Palácio Anchieta (sede da Prefeitura) e do edifício do Fórum,
duas das obras o que tinha de mais
moderno na época em relação a arquitetura, levando até o comparecimento do
Presidente Juscelino Kubitschek para a inauguração dos prédios.
Em 2004 e aprovado em Brasília pelo Presidente Luis Inácio
da Silva o “Pólo Petroquímico de Itaboraí” que esta sendo construído no
município visinho a poucos quilômetros da sede do Município de Magé, esperança
de crescimento econômico, mas preocupação quanto aos destinos da preservação
ecológica, pois tanto parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, quanto a
APA em Guapimirim (Manguezais) estão em grande parte dentro de terras
Mageenses, assim como a Foz da maioria dos rios que deságuam na Bahia de
Guanabara.
Hernesto Franco
Guia de Turismo Regional, Nacional e América do Sul.
Registro Ministério do Turismo 19.018551.96.2
Cachoeira de Andorinhas
Gruta em Santo Aleixo
Praia de Piedade
Praia de piedade
Igreja de Nosso Senhor do Bomfim
Muito boa essa reportagem.
ResponderExcluirGostaria der mais fotos de Magé e, se possível, antigas.
parabéns!