domingo, 19 de maio de 2013


Magé história

Após a batalha em que foram expulsos os Franceses do  Rio de Janeiro  em 1565, o aventureiro Simão da Motta foi agraciado por Mem de Sá com uma sesmaria no dia 7 de setembro “ de seiscentas braças de terra ao longo da água e mil braças por terra a dentro no rio Magepe”.  Em 1566, Simão da Mota chega onde hoje é o Porto da Piedade acompanhado de um pequeno grupo composto de parentes, alguns amigos e escravos. Logo ergue uma edificação no morro da Piedade, uma elevação que se destaca ao fundo da Bahia de Guanabara dentre os Manguezais e também constrói ali uma pequena igreja em homenagem a Nossa Senhora da Piedade.
Tempos depois, por achar que o local era vulnerável a invasão e não era provido de terras boas para a agricultura nem provida de boa água, ele transfere a igreja e todo o núcleo de colonização para onde a cidade se encontra hoje.
Terminado o governo de Salvador de Sá, foi nomeado para substituí-lo Cristóvão de Barros a 31 de outubro de 1571, ele veio a tomar posse em 1572. A ele foi dado autorização de conceder terras em sesmarias a pessoas que nelas fossem viver, e retirar terras de sesmeiros concedidas anteriormente, como já possuía terras que lhe foram concedidas em 1567 as margens do rio Macacú, ele passou também a possuir as terras antes pertencentes a Simão da Motta, e nelas construiu um engenho de açúcar onde mais tarde se tornaria o núcleo do município de Magé. Cristovão de Barros, filho de Antônio de Barros, provedor mor da fazenda imperial no Brasil, Antônio de Barros morreu em 1556 junto com o Bispo Sardinha em um naufrágio no litoral do nordeste quando estavam em viagem de volta para Portugal, alguns historiadores contestam os relatos que ambos foram comidos pelos índios.
A partir daí, Magé começa a se desenvolver com os períodos econômicos no Brasil após o ciclo do açúcar. Com a descoberta do ouro nas Minas Gerais, e a necessidade de um “Novo Caminho” para Vila Rica que encurtasse a distância com o Rio de Janeiro, coube a Bernardo de Proença, um rico fazendeiro da região de Suruí construir por volta de 1720 um caminho novo, o caminho foi construído onde antes era uma trilha indígena e foi feito por escravos em pedra, ia do Porto da Estrela (que fora construído pelo próprio Bernardo de Proença) até ligar ao caminho velho já em terras Mineiras nas proximidades de Barbacena. Esse caminho deu origem as fazendas Correias e Córregos Seco, onde hoje se encontra a maior parte da cidade de Petrópolis. Com a construção da estrada de ferro do Barão de Mauá que ligava o Porto de guia de Pacobaíba à Petrópolis, o “Caminho Novo” entrou em decadência, e hoje está tomado pela cidade de Petrópolis e por parte da serra da Estrela tomado pela exuberante vegetação, mas ainda existe um pequeno trecho original nos arredores da localidade conhecida como Raiz da Serra. Com o declínio do ouro nas Minas Gerais, Magé recebe no distrito de Santo Aleixo, a Primeira Indústria Têxtil da América Latina em 1807 a Companhia de Fiação e Tecelagem Bezerra de Melo é construída com tecnologia inglesa, Magé vive um grande momento econômico, seus tecidos são vendidos para a metrópole, e de lá para todo o Brasil através do Porto da Piedade e Estrela, mas em 1894 com a Revolta da Armada, aconteceu em Magé um dos fatos mais horríveis da história do Brasil, chamado por um cronista do jornal do Brasil, na época de “OS HORRORES DE MAGÉ”, tropas republicanas Federais a titulo de esmagar a rebelião de Saldanha de Gama que estavam aquartelados em Magé desde outubro de 1893 entraram em Magé com “toque de degola” e expulsaram os revoltosos, mas também matam a população e saqueiam seus bens. Magé vive um período de decadência que só foi desaparecer após de 1911 com a construção das fabricas de tecidos Itatiaia em Magé, e de Herman Matheis em Andorinhas.
Com o advento do Estado Novo e a abertura da estrada para o Rio de Janeiro na década de 40, Magé volta à normalidade e na década de 50 com a construção do Palácio Anchieta (sede da Prefeitura) e do edifício do Fórum, duas  das obras o que tinha de mais moderno na época em relação a arquitetura, levando até o comparecimento do Presidente Juscelino Kubitschek para a inauguração dos prédios.
Em 2004 e aprovado em Brasília pelo Presidente Luis Inácio da Silva o “Pólo Petroquímico de Itaboraí” que esta sendo construído no município visinho a poucos quilômetros da sede do Município de Magé, esperança de crescimento econômico, mas preocupação quanto aos destinos da preservação ecológica, pois tanto parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, quanto a APA em Guapimirim (Manguezais) estão em grande parte dentro de terras Mageenses, assim como a Foz da maioria dos rios que deságuam na Bahia de Guanabara.

Hernesto Franco
Guia de Turismo Regional, Nacional e América do Sul.
Registro Ministério do Turismo 19.018551.96.2

 Cachoeira de Andorinhas

 Gruta em Santo Aleixo

 Praia de Piedade

 Praia de piedade

Igreja de Nosso Senhor do Bomfim

Um comentário:

  1. Muito boa essa reportagem.
    Gostaria der mais fotos de Magé e, se possível, antigas.
    parabéns!

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